sábado, 11 de dezembro de 2010

Veraneios causam devaneios ou devaneios são responsáveis por veraneios?

         Acho que alguns sentidos de algumas coisas abstratas mudaram ou estão mudando, uma destas (coisas abstratas) que se perde com o passar do tempo é o relacionamento, que engloba troca, reciprocidade etc., não quero denegrir a imagem desta "manufatura necessária" aqui. Mas, acho que as razões estão se perdendo, correm-se riscos.






         Hoje, estive conversando com uma amiga sobre a complexidade que gira em torno desse tema e depois do diálogo que tivemos pensei mais sobre o assunto.Os maiores problemas nem são os relacionamentos, são as marcas. E por estas todos somos responsáveis, e superá-las faz-se muito necessário. A palavra devaneio vem do Espanhol  DEVANEO, de DE + VANEO, “vão”, que vem do Latim VANUS, “vazio, fútil, oco”,mas,  neste contexto ela quer dizer lembrança, na verdade lembranças. As marcas trazem as recordações, e às vezes parece impossível não passear por estas, gastar um pouco de tempo nesse processo. O problema todo é quando muito tempo é gasto assim. Outro problema é quando tais devaneios influenciam tanto nas decisões. Tudo bem, aprendemos sempre com o que passou, mas, às vezes, é preciso deixar de lado o que está no passado. Mesmo que cause dúvidas: "às vezes há momentos de começar a voar em meio a temores", as lembranças não podem guiar o tempo todo o que acontece e estar para acontecer.

         Veraneio, no contexto, dentro do nosso assunto significa curtição. Ao mesmo tempo que momentos assim são necessários, eles são perigosos. A incógnita de hoje é: "Veraneios causam devaneios ou devaneios são responsáveis por veraneios?", e a minha resposta é simples: Os dois processos podem ocorrer! As lembranças do passado,  as marcas, as cicatrizes podem me convencer a viver uma vida de curtição ( e isto não é bom). As curtições têm o poderoso poder (r's.) de fazer com que lembranças e frustrações venham à mente, podem causar mais ainda. o que fazer então?! GENTE, esses processos são reais, mas não obrigatórios! Não se preocupe tanto. Viva! Viva mais! Seja leve! Seja livre! Não se prenda às cicatrizes, não se limite com as futilidades. use o que passou como escada e não como fardo.




quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Palavras fazem perder o chão?

          Acabei de chegar ,em casa, da Faculdade, não estou me sentindo bem. Não estou desesperado, arrasado, mas também não caminho sobre as águas. Vim pensando na vida, no hoje, no ontem. cheguei à conclusão de que ainda não estou do jeito que eu quero estar. lembrei de coisas passadas, momentos. Cheguei reflexívo. Pensando em um texto de Elisa Lucinda que com frequência me vem à mente, principalmente em momentos como este.

"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final."




          Dentro de mim existe uma caverna, e desta uma voz grita que não importa o que tenha sido dito e quantas vezes tenham falado, o que importa é que na verdade não tem importância. Muitas vezes palavras são ditas, muitos não têm consciência de que um "grupo de fonemas" pode causar tantos danos e marcas. Não serei hipócrita aqui dizendo que as "coisas" que saem das bocas não me importunam, incomodam sim! Mas, não me destroem.  E este é o caminho. Sempre me lembro de um  texto que li de Shakespeare: " O que me dizem de bom escrevo nas águas, mas o ruím eternizo no bronze...", isto é real? Óbvio que é. Mas, vale ressaltar que pensar 10 ou 20 vezes antes de falar não segnifica lerdeza, mas raciocínio. O que falas pode estar sendo eternizado em alguém.

          Quando lembro de tudo uma tristeza acaba tomando conta de mim, mas isto me deixa feliz, porque significa que algo está mudando lá dentro.E sempre lembro do que Elisa escreveu: "É certo que tempos difíceis servem para aperfeiçoar o aprendiz..." . Desculpe se não fui muito coerente ao escrever hoje, nem sempre minhas palavras têm coerência para outros. Mas, pra mim sempre têm. E a resposta à incógnita de hoje é que palavras têm poder, na verdade, elas possuem  poderes. Pode ser de cair, de levantar e podem não ter utilidade alguma também, r's., mas o cuidado com elas é primordial para que a humanidade viva bem, viva melhor. Pense, repense!